Empresa que mais movimentou o setor de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) no país, a AGX Tecnologia dá seqüência na produção de novos modelos e lançará no próximo ano o VSX
Trata-se da terceira família de VANTs de uso civil da empresa, sediada no pólo tecnológico e aeronáutico de São Carlos (230 km de São Paulo). Em 2005 já fora lançado o modelo Arara, movido à gasolina e pioneiro no Brasil em voo dos chamados aviões-robôs de asa fixa. Em 2011, a AGX colocou no mercado o Tiriba, que obteve grande aceitação e procura do mercado, principalmente o agrícola e ambiental. Com motor elétrico, este vant possui lançamento manual, atinge 80 km/h de velocidade de cruzeiro e pode se manter em operação por uma hora. Ele está sendo utilizado também para monitoramento ambiental desde julho passado através de uma parceria envolvendo a Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo.
“Um característica importante dos nossos modelos é que todos são, na verdade, vants multitarefas. Por exemplo, na área civil, eles podem ser usados para aerofotografia para os setores agrícola, ambiental, de mineração e segurança”, destaca o diretor-presidente da AGX, Adriano Kancelkis.
Um dos engenheiros da empresa, Jen John Lee explica ainda que a característica multifunção, acrescida da combinação de diferentes autonomias, combustíveis e tetos de voo, tornam estes vants altamente competitivos nos mercados nacional e internacional. “Outro diferencial é o custo. Com o emprego de tecnologia 100% nacional, eles podem ser adquiridos por qualquer empresa ou indústria cujas demandas necessitem obviamente de monitoramento aéreo. O Tiriba, por exemplo, custa a partir de R$ 30 mil, pouca coisa a mais que um carro popular hoje em dia. Mas é importante frisar que existem regras claras regulamentadas pelas entidades competentes do setor aéreo para uso deste tipo de aeronave”, lembra Lee.
O VSX, com previsão de chegar ao mercado no meio do próximo ano, terá 20 horas de autonomia de vôo e poderá cumprir missões com até 4.000 km de alcance. A velocidade de cruzeiro do modelo da AGX, que o desenvolveu em parceria com a Aeroálcool (Franca-SP), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC) da USP São Carlos, chega a 200 km/h. Este vant, assim como os demais aviões-robôs da AGX, possuem vários sistemas de segurança, inclusive pára-quedas.
“O VSX foi desenvolvido para carregar um radar do tipo SAR, que opera as bandas P e X, permitindo assim ao sistema mapear no caso de uma floresta não só a copa das árvores, mas também o que está por baixo delas, ao nível do solo. O VSX, quando equipado com este tipo de sensor , integra um projeto que recebeu investimentos da ordem de R$ 8 milhões da Finep – o Sarvant. Nesse caso, a aeronave será utilizada pela fabricante do radar SAR, a Orbisat, com sede em Campinas”, revela o diretor-presidente da AGX. Kancelkis entende também que outro grande diferencial dos vants da empresa é o baixo custo de operação e manutenção.
Com grande parte do foco voltado para a área civil, a AGX também mira num futuro próximo o setor militar, cuja operação é mais marcante, nesse sentido, no exterior. A empresa já vendeu alvos aéreos para a Marinha Brasileira e deverá produzir o primeiro alvo aéreo supersônico para emprego e treinamento militar. “Por enquanto, nossa relação com o setor militar é apenas de apoio no que se refere ao estudo da complexa tecnologia que envolve a fabricação de sistemas aéreos não tripulados”, fala Kancelkis. Prova disso foi a doação pela AGX, no último mês de outubro, de um Vant Tiriba para o Centro Tecnológico do Exército (Cetex), sediado no Rio de Janeiro.
Por Alexandre Milanetti
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