O que segue abaixo deveria ter sido publicado no Jornal “A Notícia” em maio deste ano, em resposta a uma matéria (O papel da mídia no Brasil) escrita por um Prefeito de uma pequena cidade do centro paulista e claro do PT. Publicada no Jornal (?) da Cidade, publicação mensal que faz propaganda dos feitos e se cala aos não feitos dessa prefeitura da região centro paulista, serve como exemplo de como este câncer que é o autoritarismo já se incrusta em nosso pais. Só não foi publicada por motivo da grave doença de meu filho.
Para ver a citada matéria: http://lc4.in/r99Q
A IMPRENSA E O DEVER DA LIBERDADE
Sob o título acima, de autoria de Eugênio Bucci, (editora Contexto, São Paulo, 2009) o Brasil acaba de ganhar um grande livro. Todos os homens e mulheres, jornalistas ou não, editores de jornal ou não, devem ler esta nova “bíblia” definindo e redefinindo o papel da imprensa numa sociedade livre. Bucci afirma em seu tratado jornalístico, que “os jornalistas e os órgãos de imprensa não têm o direito de não ser livres, não têm o direito de não demarcar a sua independência a cada pergunta que fazem, a cada passo que dão, a cada palavra que escrevem”. Diz mais: “os jornalistas devem recusar qualquer vinculo, direto ou indireto, com instituições, causas ou interesses comerciais que possa acarretar – ou dar a impressão de que venha a acarretar – a captura do modo como vêem, relatam e se relacionam com os fatos e as idéias que estão encarregados de cobrir.” A independência é irreversivelmente a regra de ouro. Independência jornalística não se confunde com o mito da neutralidade jornalística. A separação intransigente e radical entre fatos e interpretações simplesmente não existe. É uma bobagem! Jornalismo, diferentemente da matemática, não é ciência exata e jornalistas não são autômatos. Além disso, não se faz bom jornalismo sem emoção. A indiferença e a frieza são anti-humanas e, portanto, anti-jornalísticas. A imparcialidade é uma falácia. Mentira mesmo. Isenção, sim, é uma meta a ser perseguida. Todos os dias. Os órgãos de imprensa, sejam grandes jornais ou pequenos e interioranos tablóides, devem buscar como objetivo prioritário a isenção. O jornalista engajado é sempre um mau repórter. Militância e jornalismo não combinam. Um país democrático não pode desejar ou pedir à imprensa que não reverbere os problemas existentes. O Governo Lula, no entanto, manifesta crescente insatisfação com o trabalho da imprensa. Para a maioria dos nossos políticos jornalismo bom é o que fala bem. Jornalismo que apura e opina com isenção incomoda, irrita e “provoca azia”. Para o Presidente da República a imprensa está “a serviço da elite brasileira.” O que fazer quando o Presidente da República chama os Senadores da República de pizzaiolos no momento em que o Senado encontra-se mergulhado na maior crise moral e ética da história da instituição? O que fazer quando políticos dizem publicamente que estão se lixando para a opinião pública? Só há um caminho: informação livre e independente. Não se constrói uma nação, não se melhora as condições de vida do povo com mentira, casuísmos e esperteza. Em uma nação democrática somente com respeito à lei e à ética, com transparência informativa, de que os políticos não gostam, pode se vislumbrar uma vida melhor para o povo, com dignidade, respeito recíproco entre este povo e a classe política. Governos passam, sejam eles da nação, do estado ou do município. A imprensa livre e as instituições democráticas permanecem porque são eternas. DIREITO À INFORMAÇÃO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) elegeu a liberdade de informação como tema para este Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se celebra hoje. Liberdade de informação, explica a diretora-geral Irina Bokova, é o princípio pelo qual as organizações e os governos têm o dever de compartilhar as informações que possuem com qualquer pessoa que as solicite ou de dar fácil acesso a elas, em cumprimento ao direito do público de estar informado. A liberdade de imprensa – que não é uma prerrogativa dos jornalistas nem das empresas de comunicação, mas um direito da sociedade – garante aos cidadãos, nas democracias consolidadas, a possibilidade de acesso a informações independentes e verdadeiras. Por isso, tem sido sistematicamente reprimida em todo o mundo por governos autoritários e por setores que temem a transparência. Mesmo nos regimes democráticos, sofre ataques frequentes, sob disfarces variados, que vão das pressões econômicas sobre os veículos de comunicação à criação de leis restritivas, que induzem à autocensura ou chancelam decisões judiciais danosas à livre expressão.
Nos países governados por ditadores e por governantes populistas, ainda são rotineiros os atentados aos jornalistas e aos meios de comunicação, tanto por meio de assassinatos, prisões e agressões quanto por ameaças e pela impunidade dos agressores. Nem sempre as ameaças e agressões provêm dos governos de plantão: muitas vezes, decorrem de grupos criminosos, especialmente do narcotráfico e da guerrilha. Já nas nações livres, estas limitações são impostas por setores organizados, especialmente por facções políticas que se encastelam e tentam se perpetuar no poder. Com tais propósitos, procuram ocultar dos cidadãos suas mazelas e seus interesses subalternos. Elegem, então, a imprensa e os profissionais de comunicação como inimigos, negando-lhes o papel de guardiães da sociedade. Mas o jornalismo existe exatamente para oferecer aos cidadãos as informações de que eles necessitam para gerir seus próprios destinos, para poderem escolher livremente seus governantes e representantes políticos, para se municiarem de instrumentos que lhes permitam fiscalizar o poder público e exigir serviços compatíveis com suas necessidades. Uma imprensa livre também garante aos cidadãos informações desvinculadas de interesses políticos e econômicos, equilibrada e independente, comprometida unicamente com a verdade. Esse Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, portanto, também celebra o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.” O jornalismo existe exatamente para oferecer aos cidadãos as informações de que eles necessitam para gerir seus próprios destinos.
Sob o título acima, de autoria de Eugênio Bucci, (editora Contexto, São Paulo, 2009) o Brasil acaba de ganhar um grande livro. Todos os homens e mulheres, jornalistas ou não, editores de jornal ou não, devem ler esta nova “bíblia” definindo e redefinindo o papel da imprensa numa sociedade livre.
Nos países governados por ditadores e por governantes populistas, ainda são rotineiros os atentados aos jornalistas e aos meios de comunicação, tanto por meio de assassinatos, prisões e agressões quanto por ameaças e pela impunidade dos agressores. Nem sempre as ameaças e agressões provêm dos governos de plantão: muitas vezes, decorrem de grupos criminosos, especialmente do narcotráfico e da guerrilha.
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