EUA executam mulher que Ahmadinejad compara à Sakineh
Teresa Lewis foi condenada por participar da morte de seu marido e do enteado
Teresa Lewis recebeu injeção letal
Uma mulher acusada de ser cúmplice na morte do marido e do enteado, nos Estados Unidos, foi executada na noite de quinta-feira. Teresa Lewis é a primeira condenada à pena de morte no estado da Virgínia desde 1912. O caso atraiu apelos da União Europeia e chegou a ser comparado com o da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento.
Teresa Lewis, de 41 anos, recebeu uma injeção letal às 21h13 local (22h13 em Brasília) na prisão de Greensville, revelou o porta-voz Larry Traylor. Diante do prédio, um grupo de 30 opositores à pena de morte soou uma campainha e rezou enquanto a sentença era concluída. Na terça-feira, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou um recurso de última hora para suspender a execução.
Ela havia se declarado culpada da acusação de contratar dois homens, em 2002, para assassinar seu marido e seu enteado. Sua intenção era ficar com os 350.000 dólares do seguro de vida do companheiro. Os advogados de defesa alegaram que um dos criminosos, Shallenberger, admitiu ser o autor do crime e ter enganado Teresa para conseguir parte do valor da apólice. O assassino se suicidou em 2006, na prisão, onde cumpria pena perpétua com o comparsa, Fuller.
Baixo QI - A defesa da acusada alegava que ela não tinha inteligência suficiente para arquitetar o crime e que foi manipulada pelos dois criminosos, que seriam seus amantes. O coeficiente intelectual (QI) de Teresa era de 72 - pouco acima do limite de 70 e considerado abaixo do de uma pessoa com deficiência mental.
A Suprema Corte proíbe as execuções de condenados com QI inferior a 70. Mas, o governador da Virgínia, Bob McDonnell, declarou que "nenhum profissional de medicina concluiu que Teresa Lewis cumpre com a definição médica ou legal de uma pessoa com atraso mental", e portanto, manteve a execução.
No início da semana, Mahmoud Ahmadinejad denunciou uma "campanha midiática contra o Irã" no caso Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana de 43 anos condenada à morte sob acusação de adultério e participação no assassinato do marido. Segundo o presidente do Irã, ao mesmo tempo que a imprensa ocidental se mostrava indignada contra a execução da iraniana, calava-se sobre Teresa Lewis.
Pena de morte - Nos Estados Unidos, ela foi 12ª mulher executada desde o restabelecimento da pena de morte, em 1976. Das mais de 1.200 pessoas condenadas à pena de morte desde então, apenas 11 eram mulheres. Virgínia é o segundo estado mais ativo neste tema, atrás apenas do Texas. A última execução feminina na região foi há quase cem anos, quando Virginia Christian, uma americana negra de 17 anos, morreu na cadeira elétrica condenada por matar a patroa, branca, por sufocamento. Postado originalmente por: http://lc4.in/mpf6
Comento: O que difere a condenação de Teresa Lewis nos Estados Unidos e de Sakineh Mohammadi Ashtiani no Irã? Nos Estados Unidos o julgamento foi publico, com advogados autônomos, e todos os recurso foram usados culminando com o recurso à Suprema Corte dos Estados Unidos, que também foi negado, no Irã não existe liberdade para os advogados exercerem sua profissão, os "Aiatolas" que mandam por lá é que decidem, depois monta-se a farsa. O que tem em comum nos dois casos é que foram condenadas à morte, segundo a lei de Talião, olho por olho, dente por dente. A vingança e Barbárie institucionalizada, onde os julgadores se colocam ao nível dos assassinos e assassinam um ser humano desarmado, sem darem a ele condições de defesa, nisso os dois países se colocam no mesmo nível.
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