segunda-feira, 22 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO: Qual o futuro da nossa Escola

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Qual o futuro da nossa Escola
por Lucia Camacho

   Olhar lá na frente, a Escola do futuro,  esta é a questão que venho pesquisando há uns 10 anos.

Sonho ver essa estrada construída.  Acredito que o jogar sementes, ainda vale a pena.
   Quando as fábricas pensam em construir um novo automóvel até o momento em que este chega às estradas, passam-se sete anos.
   Os laboratórios pesquisam para desenvolver um novo remédio e até o momento em que este chega às farmácias, passam-se treze anos.
   Isto significa que estas empresas são obrigadas a antever quais serão os gostos, os desejos, as exigências, e, portanto, a recepção do público com uma grande antecipação. E a antevisão das Escolas, onde anda?
   É Usando um critério semelhante, qual seria então a capacidade de antevisão da escola?
   Se  uma criança de seis anos no ano 2000 cursou a primeira série primária, passou para o antigo ginásio no ano de 2004,terminando o fundamental até 2009, mais 3 anos de Ensino médio até 2012 e entrará na universidade no ano de 2013 e dela sairá em 2017. Um profissional ainda sem especialização.
   Somente depois de três ou quatro anos de especialização, em 2020 ela poderá finalmente começar a trabalhar. Dependendo do rendimento escolar, preparação e outros motivos, aos 25 ou 30 anos, só então estará plenamente no mundo do trabalho. .
   Em relação a hoje, é muito provável que em 2020 o câncer e a Aids sejam completamente derrotados por uma vacina preventiva, os computadores sejam capazes de escutar, traduzir, sintetizar e responder em qualquer língua, os microprocessadores e os transistores sejam quase tão pequenos quanto um neurônio, os automóveis sejam todos teleguiados, os cegos possam ver através de aparelhos óticos artificiais, os trens alcancem a velocidade de mil quilômetros por hora, os bens de consumo durem cinco vezes mais, o bióxido de carbono da atmosfera tenha se tornado inofensivo, remédios sejam capazes de simular, estimular ou inibir os sentimentos.
   É provável que a média de vida seja de aproximadamente 850.000 horas e o tempo que dedicado ao trabalho não supere 30.000 horas. Não se trata de ficção científica, mas de previsões calculadas com base no estado atual de pesquisas científicas. Previsões estas que a escola deveria obrigar-se a fazer, se quiser orientar a sua própria ação pedagógica e as escolhas de seus estudantes. Este é o problema.
   Em 2020, quando alguns alunos podem estar  no início de suas atividades profissionais, a esperança de vida será de cem anos e de ótima saúde. A maioria das pessoas se torna velha só no último ano da própria vida, portanto estes estudantes viverão, trabalharão, amarão, até 2085, experimentado coisas que hoje nem mesmo conseguimos imaginar.
   Em 2020, a duração dos bens de consumo será quatro vezes maior que hoje, existirão elaboradores mil vezes mais potentes do que os atuais, um microprocessador será tão grande quanto um neurônio humano, custará menos de cem dólares e a sua potência será igual a de um bilhão de transistores.
   Conseqüentemente, em 2020 todos os trabalhos manuais e intelectuais de tipo repetitivo e executivo poderão ser desenvolvidos pelas máquinas.
   A escola se quiser ser útil aos seus alunos atuais, deverá educá-los à criatividade suportada pela informática.
   Em 2020, cada indivíduo disporá provavelmente  de 30.000 horas de trabalho. O horário perderá importância, e nos países ricos a semana de trabalho não superará 15 horas em três jornadas.
   Os atuais estudantes trabalharão com resultados e não com tempo, misturando o estudo, o trabalho e o tempo livre.
   A instrução será entendida como formação permanente, e ocupará ao menos 100.000 horas de suas vidas.
   Haverá guerra sem limite entre criatividade e burocracia, quem sabe um novo profissional, surja: Técnico em Simplicidade.
   Serão remunerados também os estudantes e as donas de casa.
   Ninguém desempenhará funções operárias por mais de cinco anos.
   Se ainda houverem desempregados, eles terão, de qualquer forma, um salário, enquanto muitos daqueles que trabalharem, o farão sob a forma de voluntariado.
   Será possível fazer contato com qualquer pessoa em qualquer ponto do planeta, através do celular, computador e redes: sem dar um passo.
   As pessoas teleaprenderão, teletrabalharão, teleamarão, e se teledivertirão.
   Correrão desta forma, o risco de se tornarem abstratos demais devido à falta de contato material com seus semelhantes.
Portanto, desde agora, a escola deve contribuir para educá-los para uma familiaridade equilibrada com os instrumentos de comunicação e com a virtualidade.
   Provavelmente no futuro próximo  cada pessoa disporá de 400.000 horas de tempo livre. Isto constituirá o problema mais atormentador: como ocupar estas horas?
   Como evitar o tédio? Como conseguir crescer intelectualmente? Alcançar uma maior violência ou uma maior paz social? E a violência, será virtual ou real?
   É preciso, portanto, que a escola desde hoje prepare seus alunos para o tempo livre, mais do que prepara para o tempo de trabalho, e que os ensine a simular virtualmente os cenários nos quais eles deverão trabalhar e viver.
   Em muito breves mulheres poderão ter um filho sem ter um marido, enquanto os homens não poderão ter um filho sem ter uma mulher.
   Também por isso as mulheres estarão no centro da sociedade, de onde administrarão o poder com a dureza derivada das razões submetidas nos últimos dez mil anos. Os valores até aqui cultivados preponderantemente pelas mulheres, estética, subjetividade, emotividade, flexibilidade, terão colonizado também os homens.
   Ambos compartilharão as atividades de produção e de reprodução.
   Todas as tecnologias serão mais precisas para aqueles que as usarem (já hoje os relógios de pulso mudam um milionésimo de segundo ao ano).
   Descontada a perfeição técnica, somente qualidades formais dos objetos interessará.
   Por isso, aqueles que se dedicarem às atividades estéticas serão mais apreciados do que aqueles que se dedicarem às atividades científicas e práticas. A estética se expressará também através da informática, e desde hoje os alunos deverão ser educados para o casamento entre tecnologia e beleza.
   O trabalho será quase que completamente terceirizado. Hoje já temos uma grande parte do mercado nessa modalidade.
   Na sociedade dos serviços, a confiança constituirá a primeira vantagem competitiva e a ética dos profissionais constituirá seu mais alto mérito.
   Como a sociedade industrial é muito mais honesta e menos violenta do que a rural, assim a sociedade pós-industrial será muito mais honesta e menos violenta do que a atual.
   Portanto, se quiserem ter sucesso, os atuais alunos deverão ser cavalheiros, e desde agora a escola deverá ser mais severa ao educar para a correção profissional e social.
   Cada pessoa tenderá a diferenciar-se fortemente das outras, no que diz respeito aos gostos, desejos e comportamentos individuais. Esta pessoa tenderá a fazer somente aquilo que sente paixão, e se ativará exclusivamente nos setores que se sente intensamente motivado. A escolha profissional, pela felicidade  do que se faz.
   A motivação será o maior fator competitivo, e a escola deve começar a perceber isto desde agora.
   Quando estes alunos estiverem no início de sua atividades profissionais, a maior parte das pessoas estará certa de que só se vive uma vez, e que, portanto, é preciso viver bem. Quem sabe Especialistas  em bem estar será uma nova profissão.
   Grande parte das profissões consistirá em atividades dedicadas ao bem-estar próprio e dos semelhantes.
   Como se viverá mais, cada um se preocupará cada vez menos com a quantidade de vida, e cada vez mais com a sua qualidade.
   A escola não poderá fingir não sabê-lo. Muito mais que saber, a Escola terá  que fazer mudanças, agregando valores  qualitativos  ao seu currículo.
   Que tal se Educadores de Hoje começassem a pensar na Escola  para o Futuro, e deixassem pra trás,  a Escola do Passado.
   Os anos de 2020, já serão surpreendentes!
Imaginemos uma criança que iniciará seu primeiro ano d
e Escola  em 2011.          
   Será que a Escola ainda  continuará olhando pelo retrovisor da sua trajetória?
   Será que o novo aluno, se submeterá a essa Escola?
   Que discussão, poderíamos começar hoje, para fazer valer a Importância da Escola?   
1- Comunicação virtual? 
2- Simulação de  Cenários da vida futura? 
3- O papel da nova mulher na sociedade futura? 
4- Tecnologias  na  estética? 
5- Ética na  correção profissional? 
6- Ética na correção social? 
7- Fatores competitivos ? 
8- Motivação para  a Nova Escola. 
9- Que Profissões estaremos projetando para o futuro? Que profissionais terão um novo lugar? Gerentes de diversidades? Especialistas em Bem Estar na terceira Idade? Tecnicos em Simplicidade? 
10-Qualidade de vida? 

   O que realmente é isso, para cada  um de nós. E futuramente, o que pode ser  construído  para um saber melhor?
   Com certeza  estes podem até ser  os primeiros passos, mas Educadores podem em muito contribuir para o avanço dessas  propostas, com outras  de igual ou maior relevância.
   O Importante é que seja rápido, seja urgente ou perderemos o porquê  da  Escola. 
   É  importante saber que as pessoas de sucesso, são as que fizeram escolhas felizes.
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Lucia Camacho é Psicopedagoga com extensão universitária na University of California, Berkley, Orientadora Educacional, Professora e Palestrante em Cursos de formação de professores e de Orientação a Pais e Escolas, especialidade em neurolinguistica e facilitação do aprendizado. Palestrante em Universidades do Rio De janeiro.

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