segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

INTERNAUTA - REPÓRTER: Daniela Mercury fala sobre a gravação do DVD, no Rio, e o Pôr-do-Som, em Salvador

__________________________________________________________________________________________________
Este post tem o apoio cultural do Acidez Mental 

_______________________________________________________________________________________
Daniela Mercury fala sobre a gravação do DVD, no Rio, e o Pôr-do-Som, em Salvador
Foto: Divulgação
Daniela respondeu pergunta dos Internautas
O show que a cantora Daniela Mercury vai apresentar no Réveillon do Rio de Janeiro, na praia de Copabacabana, será transformado em um DVD. “Canibália: Ritmos do Brasil” vai apresentar, além de clássicos dos mais de 20 anos de carreira da artista considerada a Rainha do Axé, novas leituras de composições bastante atuais. Como convidados, Daniela recebe no palco a Escola de Samba Unidos da Tijuca, o Boi Garantido de Parintins, o grupo AfroReggae e a banda Didá.

O mesmo show que a Daniela vai apresentar no Rio vai ser transportado direto para o palco do Pôr-do-Som, no Farol da Barra, no primeiro pôr-do-sol de 2011. Junto com ela, um novo convidado, o cantor mineiro Vander Lee.

Para falar desse novo projeto e também de sua carreira, Daniela respondeu às perguntas enviadas pelos internautas . 'Minha intenção é sempre dividir coisas especiais e entender o que vocês [fãs] pensam', disse. Veja algumas das perguntas que a cantora respondeu.

Qual sua relação com a Internet? Como você utiliza a web para se aproximar dos seus fãs? (Tarcizio Lima)

DM – Busco a minha maneira, que traduza a minha alma, para me comunicar com os fãs. Eu sei que hoje em dia é tudo mais rápido, mais íntimo, e tenho organizado meu tempo para estar mais na internet. Eu gosto muito de escrever, de fazer as coisas com mais cuidado. Não acho que a minha vida particular seja tão interessante pra ninguém, então eu busco usar a internet da mesma forma que uso os outros meios, sempre tentando mostrar um conteúdo que eu acho que seja enriquecedor. O processo criativo, making of de alguma coisa de trabalho, alguma experiência pessoal rica... É um trabalho contínuo e é um meio de comunicação direto com os fãs. Isso é espetacular. Acho que a internet é uma grande feira de arte do mundo, um grande teatro para todos os artistas, tanto os que já estão estabelecidos, quanto os que estão começando. Sempre acesso sites como o YouTube, leio notícias e mantenho o contato com os fãs também através da assessoria de imprensa, comandada por mim, tendo as minhas informações contínuas, porque eles me ajudam a me comunicar com vocês. Estou também aperfeiçoando a utilização do meu twitter, pensando em gerar mais conteúdos interessantes. Minha intenção é sempre dividir coisas especiais e entender o que vocês pensam. Não somente opiniões artísticas, mas entendendo vocês também, porque eu fico muito curiosa. Uma das coisas que mais gosto na vida é de bater papo, então a internet é um ótimo instrumento pra isso, eu só preciso arranjar um pouquinho mais de tempo para usar melhor.


Show de Daniela no Réveillon, em Copacabana, vai ser transformado em um DVD
O que esperar do Pôr do Som de 2011? (Patricia Reis)

DM – No dia 31, estarei no Rio, gravando meu DVD, no réveillon de Copacabana. Volto no dia 01, bem cedo, e apresentarei o mesmo show do DVD, em Salvador, um dia depois. “Canibália” está com figurino novo, com mais bailarinos, com a interferência de Vavá Botelho, que é diretor artístico. É um show mais bem acabado, ainda com mais detalhes, que foi aperfeiçoado durante um ano. Aqui em Salvador, receberei Vander Lee, que é o autor de Iluminado, canção que lancei há pouco tempo. Então, o público de Salvador poderá ver o show do DVD um dia depois de eu gravar, no Rio. Me ouvirão cantar, pela primeira vez, “Paixão de Coração”; “Vermelho”; “É Carnaval”, que é a minha música desse verão... Vou fazer o repertório do DVD e espero que seja uma celebração linda, como tem sido nesses últimos dez anos. Canibália é um show muito eclético, muita gente ainda não viu e eu vou fazer pra vocês... Para quem foi para o Rio, para quem não foi para o DVD, para quem gosta de Canibália e para quem quer passar o primeiro dia do ano comigo.

O show que vai ser realizado no réveillon será o mesmo que será apresentado no pôr do som, no Farol? (Kátia Cândida)

DM – Sim, será o mesmo repertório, com todos os bailarinos, com a mesma alegria. No DVD, terei outros convidados: Escola de Samba Unidos da Tijuca; o Boi Garantido de Parintins; o AfroReggae e a banda Didá. Aqui em Salvador, receberei Vander Lee, que é um cantor e compositor espetacular e que compôs também “Iluminado”, canção que gravei e lancei há pouco tempo.

Estive naquele show do vão livre do Masp. Trabalhava perto da Paulista e não fui almoçar pra ir assistir ao show. Foi fantástico. Como é a receptividade do Europeu, do Americano, do Latino, Africano e Asiático, enfim dos "sete" cantos do mundo por onde você passa? (Antonio Rodrigues).

DM - Na verdade a receptividade dos públicos de outros países sempre foi maravilhosa e especial. Foi isso que me fez acreditar na carreira fora do país e na possibilidade de manter uma relação, um diálogo, entre o meu trabalho, meu tipo de música, com outros povos. Eu tive, no começo da carreira, a chance de ser convidada para vários festivais importantes europeus, o meu trabalho foi acolhido pelos Argentinos, que adoraram “O Canto da Cidade” e levaram pra lá, em português. Uruguai, Paraguai, fui ao México... Nesses 15 anos de turnês internacionais, a receptividade, a acolhida, sempre foi a melhor possível. Cada povo do seu jeito, alguns assistem mais, outros dançam... Mas, o que me impressionou foi o respeito, foi eu chegar ao show seguinte e ter mais gente, o público se repetir, sinal de que tinham gostado... As músicas começaram a tocar espontaneamente nas rádios, como aconteceu na Turquia e Israel, que eu nem sabia que era conhecida e quando cheguei lá, a imprensa me conhecia, gostavam das minhas músicas e sempre me convidam pra voltar. 

São quase vinte anos de carreira, e o carnaval está obviamente inserido. A descida do Bloco Crocodilo da Avenida para a Barra foi a decisão mais arriscada e difícil dessa trajetória? (Sidnei Ricardo de Souza Bispo)

DM – Não. Sou uma pessoa que penso muito em tudo, mas tem horas que eu tomo a decisão com a intuição, com o coração... Aliás, muitas 
vezes ajo assim. Eu reflito porque sou muito cuidadosa, mas também tem horas que é inevitável tomar decisões porque está claro pra mim. Eu acredito e me jogo, me arrisco, como foi com o trio eletrônico que ninguém perto de mim acreditava e eu queria fazer. Era divertido, era diferente para o meu coração. Eu tava feliz em fazer e fiz. Descer pra Barra foi uma decisão minha. Eu queria muito desfilar na beira do mar. Adoro a noite. Já tinha descido algumas vezes para o encontro de trios. Achava aquele lugar perfeito pra fazer um desfile. Então eu desci plena, feliz, alegre. Não importava o que eu fosse enfrentar para manter aquele desfile, eu estaria lá até hoje, da mesma maneira, mesmo que não tivesse tido tanto apoio. Acho que a decisão sempre é mais difícil nos discos. De como renovar o trabalho, do que predominar, porque eu sou uma artista que veio da MPB, adoro a música percussiva baiana, mas também gosto de muitas outras coisas... Então, o mais difícil sempre é decidir o que eu quero cantar... Encontrar no meu coração essa resposta. Isso é o mais difícil todos os dias da minha vida.

Tem alguma música ou algum artista que gostaria de gravar e ainda não gravou? (Patricia Lyra)

DM - Tem milhões de músicas que eu gostaria de gravar. Sempre que eu posso, faço uma lista do que eu gostaria de gravar pra não esquecer. Músicas lindas, de Beto Guedes, Milton Nascimento, Caetano, Gil, Elis... Os pop rocks dos Paralamas do Sucesso, Titãs... Eu me identifico com várias canções e em alguns shows, inclusive, eu as canto para me ajudar na comunicação com o público. Adoraria cantar com Stevie Wonder, adoro o repertório dele... João Gilberto, Djavan, com quem eu já cantei ao vivo, mas não gravei. Gostaria de cantar com Lenine, Vanessa da Mata, Maria Rira, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Paulinho Mosca, Gal, Nana Caymmi, Bethânia...São tantos...

O frio que dá na barriga antes de um momento como esse, da gravação de um DVD, ainda mais em Copa, é diferente da ansiedade de subir em um trio? Depois de tantos anos, você ainda sente frio na barriga antes de encarar o público? (André Falcão)

DM - É melhor quando esse frio na barriga é antecipado (risos). Eu torço para que ele não aconteça na hora, porque o nervosismo cria uma pressão emocional chata...não é agradável... Às vezes eu nem percebo que eu estou nervosa, aí sinto esse friozinho na barriga e me dou conta de que estou tensa de uma forma que não compreendia. Muito engraçado, porque eu não tive motivos para sentir esse nervosismo em vários momentos e senti; em outros momentos eu estava certa que sentiria, e não senti. Então, realmente é algo inconsciente. Mas, eu adoro sentir um pouco de pressão, porque sem pressão as coisas não acontecem. Eu preciso me auto-desafiar... Nesse DVD, por exemplo, são 140 pessoas no palco mais ou menos. Dirigir essa turma toda e saber se tudo vai sair como eu planejei, gera um nervosismo, mas eu adoro essa vida cheia de emoção.

O que os fãs vão poder esperar desse DVD? Regravações de grandes sucessos ou vai ser inteiramente repleto de novidades? (Manuela Boaventura)

DM - A base desse DVD é o “Canibália”, mas tem surpresas nele. Músicas que eu modifiquei no repertório, músicas dos convidados e músicas do meu repertório que nunca foram gravadas por mim. Vocês vão encontrar sucessos, canções inéditas... O show está lindo, forte e conto com vocês lá comigo. Todos que são meus cúmplices, que se emocionam com o meu trabalho. Preciso de vocês para me darem esse apoio, para que eu fique menos nervosa e me sinta mais acolhida no Rio de Janeiro. Então, eu estou esperando que a turma toda venha de norte a sul do Brasil, para cantar, dançar comigo, pra se emocionar, para virar o ano junto comigo porque a companhia de vocês é sempre extraordinária.


Gravação do DVD no Rio de Janeiro terá participação do Boi Garantido e da Banda Didá 

Como partiu a idéia de gravar o DVD em pleno reveillón, em Copacabana? (Cid Lima)

DM - Eu já ia gravar o DVD no Rio de Janeiro. Recebi o convite da Rede Globo e estávamos planejando para novembro. Uma apresentação ao ar livre, aberta ao público. Depois, eles me fizeram o convite para o réveillon e eu não resisti. Apesar do desafio ser duplo, DVD e réveillon ao mesmo tempo, eu achei que o show já estava bastante maduro e que seria maravilhoso encontrar o público na praia, com o espírito da virada no ano... E aí resolvi fazer as duas coisas juntas.

Você esteve no Bumbódromo, no Amazonas - aliás, a primeira cantora de outra estado a se apresentar no festival- e agora convidou o grupo Garantido a se apresentar junto com você no reveillón, no Rio. O que a gente pode esperar dessa participação? (Letícia Santos)

DM - É um momento, sem dúvida, fabuloso, belíssimo esteticamente para o DVD e emocionante, porque trazer o povo do Amazonas para o Rio de Janeiro em pleno réveillon e criar esse vínculo, mostrar a cultura do norte de perto é algo muito especial. Eu vou tentar traduzir, dentro do show, um pouco do festival de Parintins, a beleza que me encantou e que me deu o desejo de levar o Boi Garantido para meu DVD. Eu não só estou levando Parintins pra Copacabana, mas eu quero que o mundo inteiro saiba o quão extraordinário é o Festival de Parintins, quanto orgulho eu tenho de ser brasileira e ter um Festival como esse acontecendo no Brasil e sendo parte da nossa cultura.
Postado originalmente por: Correio 24 horas

Nenhum comentário:

Postar um comentário