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Brasil emergente enfrentará desafios
para ser potência
O Brasil melhorou muito nos últimos anos. Com o Plano Real, pôs fim à inflação - espera-se que por longo tempo. Fernando Henrique Cardoso levou a educação a quase 100% dos lares, mas com baixo nível de qualidade. Lula não inovou muito em educação e praticamente manteve a situação herdada: uma educação que atinge a todos, mas sem primar pela qualidade. A ascensão de Lula coincidiu com uma fantástica valorização de produtos primários. E o próprio Lula teve mérito na distribuição de renda, na luta pelo povo mais humilde.
O Brasil se apresenta como um Bric - grupo de ascendentes que reúne Brasil, Rússia, Índia e China - mas com preocupações. Afinal, ninguém quer que o Brasil imite a Venezuela e se torne um vendedor de petróleo bruto, além de minério e soja. O pré-sal foi uma benção, gerada após um longo trabalho iniciado na década de 80, cujo primeiro resultado foi o êxito da Bacia de Campos. Mas o presidente Lula acertou em cheio ao mudar a política anterior, de encomenda de navios e plataformas no exterior. Com seu estilo simples, Lula explicou que o custo extra por concentrar as compras no Brasil era justificado com a redução nos gastos de saúde, previdência, seguro-desemprego e até mesmo gastos sociais e de segurança, ante o desemprego gerado pelas encomendas bilionárias no exterior.
Somente com o pré-sal, devem ser gastos US$ 150 bilhões em dez anos, no mercado interno. Isso mobilizará estaleiros, fornecedores de todos os tipos e obrigará a formação urgente de mão-de-obra, tarefa muito bem encaminhada pelo Promimp - só não com melhores resultados devido à básica carência educacional brasileira. Um grande desafio é a desindustrialização. O Custo Brasil sempre lutou para agregar riqueza aos bens, e, agora, sobrevem aguda distorção cambial. Na era Lula, o real se valorizou 108% ante o dólar. Se essa situação não for mudada, os equipamentos para o pré-sal virão do exterior ou, então, serão feitos no Brasil a um preço impagável.
O país tem muitos desafios pela frente, que envolvem educação, saúde, previdência e tantos outros. Mas se não conseguir meios de reduzir o devastador efeito cambial sobre sua produção, todo o esforço dos últimos dois governos - a contenção de gastos de FHC e o apoio ao mercado interno de Lula - irão ladeira abaixo. O déficit em transações correntes, de US$ 50 bilhões por ano, é um alerta. E, com o dólar a menos de R$ 2,30 - nível citado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como razoável - não há como se fazer plataformas, navios, motores, peças ..nem parafusos no Brasil.
Pré-sal:
Em recente palestra, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, citou que só o pré-sal - fora outras demandas da Petrobras - irá gerar encomendas de US$ 150 bilhões em dez anos. As indústrias locais pretendem reter mais de 70% desse valor no país. Mas como fazer isso se o Custo Brasil dificulta a concorrência e a distorção cambial exagerada - a valorização do real ante o dólar, nos oito anos de Lula, foi de 108% - aniquila os sonhos das indústrias nacionais?
Em contato, Mendonça mostrou fotos de metalúrgicos chineses comendo em seus próprios capacetes, usando esse instrumento de trabalho como prato ou marmita. Muitos trabalhadores estavam descalços e com uniforme e proteção absolutamente em desacordo com regras mínimas de proteção ao trabalho.
Enquanto isso, o Brasil, mediante articulação dos empresários (Sinaval), junto com metalúrgicos e o Ministério do Trabalho, acaba de aprovar regras específicas para a construção naval, em sintonia com o que existe de mais moderno nos países ricos. Como competir com asiáticos que se beneficiam da distorção cambial e não cumprem regras mínimas de proteção ao trabalho?
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