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S.O.S. Itanhangá
por Diogo Felix
Espremido entre o Maciço da Tijuca e a Lagoa da Tijuca, o Itanhangá sempre foi avesso aos holofotes. Enquanto a Barra crescia e ganhava fama, o vizinho bendizia a tranquilidade e sua rotina quase rural. Nos últimos dez anos, porém, o bairro não escapou da expansão avassaladora da cidade em direção à Zona Oeste. O clima bucólico da década de 1990 está, hoje, restrito às ruas internas de alguns condomínios. Do lado de fora, a lista de reclamações dos moradores ganha cores e contornos: trânsito, buracos, lixo nas ruas, alagamentos e rede de esgoto deficiente são algumas delas. A principal, no entanto, é o crescimento das favelas, desaprovado até mesmo por quem vive nelas.
Da varanda de casa, no alto do condomínio Greenwood Park, a dona de casa Lenise Secchin acompanha, há 25 anos, a transformação do Itanhangá. Moradora antiga do bairro, ela hoje lamenta o avanço de favelas sobre o Maciço da Tijuca, onde antes só havia Mata Atlântica. Com as comunidades da Floresta da Barra da Tijuca (também conhecida como Morro do Banco) à esquerda e Sítio do Pai João à direita, Lenise fala da dor e da impotência que sente ao ver pequenos focos de incêndio na mata:
— Fico triste, porque significa que vão surgir, pelo menos, meia dúzia de sobrados.
A preocupação de quem vive nas favelas é atestada por André Oliveira, membro do Conselho de Cidadania do Bairro do Itanhangá, que reúne as associações de moradores de cinco comunidades. Até porque novas construções trazem mais problemas de saneamento:
— Como a rede de esgoto não aumenta, a Tijuquinha, por exemplo, sofre com constantes entupimentos.
Entretanto, Tiago Mohamed, subprefeito da região, afirma que o município nunca combateu tanto a favelização como na atual gestão:
— O bairro realmente ficou muito tempo sem investimento e é natural que as pessoas estejam apreensivas, mas nós já fizemos mais do que nos últimos quatro, talvez até oito anos. A região da AP-4 foi recordista em operações de demolição e embargo de construções irregulares, e o Itanhangá não ficou fora disso. Já realizamos inúmeras operações de demolição na Muzema, na Tijuquinha e no Pai João, mas até você chegar e demolir há uma série de exigências que devem ser cumpridas. Se está crescendo a olho nu, diz
onde é que eu vou lá — diz.
FONTE: http://lc4.in/8cw2
Claro que a madame acima morra em uma boa casa,e tá nem tão pouco sim importano com os pobres que morram ao seu redor,çlaro que ela e muito mais ricos querem ver os pobres bem longe dessas comunidades mais os pobres também são dígnos.
ResponderExcluirLógico que também não podemos deixar que as comunidades invadam de matas a dentros.