CARNAVAL 2011: Falando de samba do Japão

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Mitologia e Imaginário Cultural

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Meu nome é Everson Ottani e moro em Hamamatsu (Shizuoka) há 11 anos

Japão / Everson Ottani

O mestre-sala Everson Ottani

"É sangue, é suor, religião! Misturas de raças num só coração. Um elo de amor à nossa bandeira... canta Estação Primeira!".

Assim Alcione abre uma das faixas do CD de 2009 das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Estes versos traduzem todo o carinho e a emoção de ver nossa cultura apresentada com muito respeito em várias partes do Japão. As escolas de samba são uma das poucas instituições que eu acredito, pois elas são deitas do povo para o povo.

Meu nome é Everson Ottani e moro em Hamamatsu (Shizuoka) há 11 anos. Quero agradecer a chance de poder escrever sobre o samba no Japão. Semanalmente estarei aqui falando um pouco sobre ele.

Nasci em São Carlos (SP) e, ao chegar no país, trabalhei em algumas fábricas. Faço arubaito em comércio de produtos brasileiros. Tento fazer amizade e intercâmbio com os japoneses. Quero muito aprender o idioma para aumentar essa troca. Assim, resolvi atraí-los através do samba.

Comecei a fazer aulas de dança de passista com a professora Magda. Aprendi os passos de malandro e mestre-sala. Fui vice-presidente de uma agremiação em Hamamatsu. Hoje, sou sambistas e mestre-sala do Império do Samba de Tóquio. Sempre tive vontade de conhecer o que era comissão de frente, alas, baianas, sambas-enredo, a história do samba e das escolas, e consegui!

Em 10 anos de samba fiz mais de 500 apresentações em shows, hotéis, teatros e desfiles. Queria mostrar o lado mais bonito do Brasil e unir nossa comunidade. Queria mostrar também alegria do nosso povo e a irreverência!

É com muito carinho e dedicação que apresentamos a cultura do nosso País em várias regiões do Japão.

Com a ajuda de um grande amigo portelense que vive em Tóquio, adquiri mais informações sobre as escolas de samba. Em 2005, realizei o meu sonho de desfilar no Rio de Janeiro pela Beija-Flor de Nilópolis e pelo Império Serrano. Lá, encontrei 20 japoneses de Kobe. E não era a primeira vez que estavam desfilando.

Assim, ingressei no mundo do samba que é arte e vida.

Tiramos o chapéu:

Semanalmente farei aqui uma homenagem a algo ou alguém que, honradamente ou carinhosamente, faz algo de melhor para nosso mundo.

Nesta estreia, tiramos o chapéu para todas as escolas de samba do Japão, que divulgam com alegria a maior expressão da cultura brasileira: o carnaval!

Neste vídeo temos um desfile em Shizuoka, província onde se concentra grande parte da comunidade brasileira no país.

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